Lembro-me de um dia em que eu ministrava minha aula de Português, quando eu saí correndo da sala de aula, e a turma me acompanhou em alvoroço, mesmo sem imaginar, o motivo daquela precipitada correria.
Dias antes, ainda em meus primeiros anos de trabalho na Instituição, o Prof. Luís Carlos, de Matemática, comenta que, em anos idos, parte do prédio que se limita com a Bernardo Vieira ameaçou afundar e, para evitar algum dano, sofreu reparos em sua estrutura, na parte da fundação. Nunca chequei essa informação. Apenas acreditei e guardei-a em algum recanto de meu inconsciente.
No dia da referida correria, eu ouvia atento uma apresentação de trabalho de um grupo de alunos, quando ouvi alguns estalidos de ladrilhos quebrando-se. De repente, olhei para o assoalho e vi aqueles ladrilhos vermelhos desprendendo-se do chão. Imediatamente, lembrei-me da conversa do Prof. Luís Carlos e, duvidando da eficiência dos reparos feitos nos tempos idos, saí em disparada pelo corredor do bloco "C", em direção à escada de acesso à saída para a Bernardo Vieira, e a turma, de jovens atletas, ainda mais veloz do eu, supera meu índice olímpico de fuga aos estalidos dos ladrilhos.
Foi um pânico seguido de gargalhadas por causa da intempestiva correria sem motivo justificável, visto que os ladrilhos se desprendiam em razão do calor natalense que se abatia naquela inesquecível tarde cefetiana.