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Durante meu horário de expediente, resolvi entrar no site do CEFET-ETFRN, pois assim era conhecida no "meu tempo", para ver como andavam as coisas por lá. Vi que a sua fachada sofreu algumas alterações, comparada à época em que ainda era aluno efetivo da instituição (digo aluno efetivo porque nunca deixamos de ser seus alunos). Quando acessei o sítio, vi uma proposta moderna, atraente, e, dentre todas as pequenas figuras, uma me chamou bastante atenção, uma que falava sobre centenário. Mas como assim? Centenário de quem? Essa senhora simpática já vive há um século? Parecia que eu havia adentrado por seus portões ontem, cheio de sonhos e expectativas, beirando os seus noventa anos e agora vejo em um livreto eletrônico pós-moderno que aquela senhora, por quem sempre tive (e tenho) respeito, paixão e admiração, faz cem anos com toda a imponência e sofisticação, mas sem perder o ar de nostalgia. Afinal de contas, quem é o aluno que lá estudou e não tem alguma boa lembrança pra contar? Meu susto só não foi maior do que ver as mensagens ali deixadas por pessoas tão ilustres, algumas que conheci bem de perto, outras que não tive tanta convivência ou proximidade quanto gostaria, mas todos verdadeiros patrimônios humanos históricos de incontestável valor para a instituição, como exemplos, posso citar Alexandro Diógenes (o monstro), do qual tive o prazer de ser aluno e com quem apreendi valores que vão bem além da vida profissional. A professora Juliana Almeida, muito mais que uma linda mulher, alegre, inteligente e docemente louca (na medida certa, claro), com quem não tive o privilégio de estudar, mas só de ter sua amizade. Assisti a algumas aulas suas como intrometido e guardo esses momentos bem humorados no meu coração.
Professor é professor em todo lugar e a qualquer tempo. Ex-aluno existe, mas ex-professor, não. Seus ex-alunos, onde os encontram, chamam-nos sempre de professor. Lembro com carinho da professora Leonor, da qual nunca tive a oportunidade de ser seu aluno, mas nossos bate-papos na COMEX (antiga Coordenação de Comunicação e Expressão) já deram a esta ilustre pessoa título de professora, para o saudoso aluno que vos fala. Cito aqui outros professores como "tio Diógenes", pequeno no tamanho, mas um gigante educador, devoto ao trabalho e aos alunos. Professor Zenóbio, cuja rigidez rendeu-lhe o apelido de "Zeróbio", Prof. Wharton (Matemática e Ed. Física), Prof. Guerra (Ed. Física), Prof. Henrique (Língua Portuguesa), Prof. Nivaldo (Eletrotécnica), Prof. Gregório (Mecânica), Prof. Erivan (Saneamento), Prof. Natércio Holanda, que contribuiu imensamente com a formação do meu Caráter, Prof. Levi Miranda, Prof. Assis (informática), Prof. Giancarlo "Beatle", Profa. Julimar (in memoriam), o Professor Belchior, Prof. José Antônio Martins e tantos outros, que, se me permitissem, passaria a semana inteira falando um pouquinho de cada um. O fato é que tenho essa escola dentro do meu coração, ela foi, é e sempre será lembrada por mim com muito orgulho e gratidão, não fosse sua estrutura e o patrimônio humano construído dentro dela ao longo dos anos, eu não seria um décimo da pessoa que sou hoje. Mais que um prazer, foi uma honra cruzar seus portões e passar uma boa parte da minha vida acomodado em seu seio, deixando a casa como mais que um profissional, um cidadão do mundo, preparado para todos os desafios da vida. Posso bater no peito e dizer que estudei na ETFRN.
Sou empregado da Petróleo Brasileiro S/A, desde 2004, egresso da primeira turma do curso de Eletromecânica, do então, CEFET/ETFRN, ano de 1995, tendo feito pró-técnico em 1994, assistindo às aulas pela TV, com as estrelas Professora Aliete (Língua Portuguesa) e Professor Luiz Carlos (Matemática), tendo concluído o curso no primeiro semestre de 1999. No ano de 2000 (já que o mundo não acabou, como diziam) fui aluno da primeira turma curso superior de Tecnologia da Automação Industrial, época em que o trabalho e as viagens freqüentes me impossibilitaram de terminar o curso.
Abro um parênteses para lembrar da realização do Congresso Internacional de Educação Tecnológica, realizado na ETFRN em 1995, onde senti, pela primeira vez como era um congresso internacional. Tenho até hoje uma foto minha ao lado pro Prof. Francisco das Chagas de Mariz Fernandes, diretor de nossa instituição por muitos anos, em parceria com o Prof. Getúlio Marques, diretor do Departamento de Desenvolvimento do Ensino (DDE). As lembranças são muitas e não param de chegar, feito uma avalanche de imagens, sensações e sentimentos. É impossível falar da escola sem se emocionar. Só sabe quem viveu tudo isso de perto. Meu lamento é ter tomado conhecimento das comemorações somente nesta data, pois iria com muito prazer a todas elas.
Mais que lembranças, tenho uma relação de amor com essa escola, e fico à disposição dos senhores para o que se fizer necessário de minha pessoa, inclusive sobre as memórias. Um forte abraço do tamanho da ETFRN, CEFET, Liceu, IFRN, que quer que seja, um abraço na minha escola do coração.